Por vezes a vida traz-nos situações que nos mostram crenças que escolhemos a certo ponto tomar como verdade para nós e que está na altura de deixar ir. Por vezes estas situações fazem-nos reagir. Trazem desconforto, tensão no nosso corpo. Fazem-nos querer fugir, querer ficar confortável com esta identificação que está tão enraizada como verdade.
Estas situações, por muito desconfortáveis que sejam, são os maiores presentes que a vida nos traz. Trazem-nos oportunidade de escolher diferente. E por vezes essa escolha vem quando já não aguentamos mais. Quando o desconforto é tão grande que não há outra saída senão a da mudança. Ao longo do caminho, das tentativas de mudar e perceber como o podemos fazer, fazemos coisas que muitas vezes nos fazem sentir envergonhados. “Não acredito que agi assim” pensamos. Secalhar agimos de modo que pensamos que nunca iríamos agir. Isto é uma oportunidade para termos compaixão, para percebermos porque é que as pessoas agem de certa maneira. No fundo todos somos humanos e todos estamos em processo, cada um no seu ritmo, todos juntos para um bem maior. Estamos todos juntos e conectados. Ultimamente tenho reagido. Tenho visitado emoções tão densas que estavam dentro de mim que não pensei que iria visitar mais. Sentir depressiva outra vez, com vontade de me matar, de me maltratar. Cada vez que fui sentindo, reagia cada vez menos. E mudava os pensamentos suicidas por amor próprio. De tal forma que as emoções depressivas deixaram de ter tanta força e as de amor foram ficando cada vez mais fortes. Amando todas as minhas partes, até mesmo esta. Reagir a padrões, sentindo estas emoções que tomam conta de mim mexeram com o meu ego espiritual e comigo. Sentindo que não era espiritual suficiente por reagir. Será que não preciso de passar por esta situação? Será que a melhor forma é ir embora e não enfrentar? Queria fugir por ser espiritual demais por sentir emoções muito humanas. Afinal o que é ser espiritual? Não é aceitar que estamos a ter uma experiência humana, levar esta experiência de modo mais consciente, fazer o que realmente viemos cá fazer? E como aceitar esta experiência humana querendo evitar coisas? Como evitar sentir o desconforto me vai ajudar a aprender a minha lição? Para aprender e mudar é preciso sentir. Tudo isto foram emoções que reprimi. Que coloquei numa gaveta para “lidar mais tarde”. E esse mais tarde chegou agora! Agora, logo agora que estava mais consciente e em amor e paz. Logo agora que tudo estava prefeito. E o que significa ser prefeito? Ser prefeito requer uma forme de “ser” pré concebido. Um ser que ao longo do tempo fui acreditando ser perfeito. Mas ser prefeito então não é ser livre. Então não quero ser prefeito. Eu escolho ser livre. Livre onde não há regras de como ser. Onde posso ser eu a cada momento. Expressando a minha alma do meu centro, do meu coração. Mesmo que sinta ciúmes e reaja. Mesmo que sinta raiva por instantes. Deixa tudo vir. Eu sinto sem me identificar. Observo e escuto o que tem para me ensinar. Dando o meu melhor e vou aprendendo a me amar. Amor próprio é fácil quando é para amar a nossa luz. As partes que tanto gostamos sobre nós. Mas consegues te amar mesmo na escuridao ? Quando a ilusão te invade e te deixa longe da tal perfeição? Quando a morte é a única saída é já não sabes quem és ou o que estás a fazer? Quando te vês perdida no meio da reação. Lembro-me de reagir e de me sentir envergonhada das minhas ações. Vergonha de sentir ciúmes e raiva. Hoje não. Reagi e ainda assim me aceitei. Desta vez não me abandonei. De que vale me preocupar com o que os outros pensam da imagem que estou a passar. Não quero agradar e defender imagens. Quero sim ser verdadeira e real. Livre. Sim, preocupo-me com o bem-estar do outro. Não quero que a minha reação o magoe. Quero aprender a ser mais matura emocionalmente e já o estou a ser. Mas também sei que a minha aprendizagem também serve o outro. Pois no fundo estamos todos conectados. Fazemos todos parte de um todo. Então vou dando o meu melhor. Conectando com o meu coração, a minha alma. Sempre com intenções puras e verdadeiras. Mas sabendo quando um não bem grande é para ser dito. Estabelecendo os meus limites. Respeitando-me acima de tudo. Nunca me abandonando. Deixando a vida me guiar. As oportunidade vou agarrar. E amar-me sempre. Independentemente do meu exterior, cuido bem do meu interior. Cultivando pensamentos de amor próprio. Sendo a minha melhor amiga em vez de minha inimiga. Porque nada está contra mim mas sim a acontecer para mim. Gratidão vida. Desta vez não me abandono. Não me envergonho. Não me culpabilizo ou vitimizo. Desta vez aceito-me em todas as minhas fases. E chega o fim do dia, e sinto-me descansada. Dei o meu melhor. Amanhã será o outro dia. E mesmo se esse não chegar, tenho a infinidade para me amar. Durmo descansada. Com o coração tranquilo. Acordando noutro plano para novas aventuras e outros sonhos viver. 03.02.2018 Vanessa José
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Autores AuthorsSérgio e Vanessa partilham cada artigo. Para mais sobre o Sérgio e a Vanessa visite o link Sobre Nós. Categories
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